quinta-feira, 19 de junho de 2008

quero

Quero me entregar e receber o que a vida me dá de braços bem abertos e fechá-los bem apertados no encontro e logo depois abri-los de novo. Quero aumentar meu número de amigos, nunca é demais, e depois de aumentar criar intimidade com os que realmente entenderam tudo. Um abraço e nele assumir meu momentos de carência. Quero ser mais visceral, mais humano, mais animal, mais amigo da natureza. Preservar e cuidar do que amo. Quero regar as momentos bons, para que eles ganhem força, dêem frutos, sementes, que de tão abundantes se espalham com o vento, caindo sei lá onde, sem rumo, sem mandar endereço. Quero não ter controle sobre nada, nada. Ir ao encontro da saudade com alegria, se der, até com sorriso no rosto, daqueles que se mostram os dentes. Quero ouvir uma nova música. Quero saber mais de mim. Quero um livro que me encontre e converse comigo, como se advinhasse que eu o estou procurando. Que o jantar se extenda horas. Ser justo sempre, mesmo que doa. Quero cobrar menos de mim. Quero sinceramente.

terça-feira, 17 de junho de 2008

wait a minute

Insight na fila do bar esperando Joss Stone:
Todo mundo está na fila de alguma coisa.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Museu do som, coleção privada.

O barulho da faca batendo no fim do pote de Helmann's não existe mais, hoje a embalagem de plástico deixou esta memória silenciosa. O som da máquina de escrever, fazia justiça ao trabalho árduo da escrita. O som abafado que vinha da escolha dos LP's ou o mais agudo que vinha das caixas de fita cassete batendo umas sobre as outras, valorizavam a busca e tornavam o encontro memorável. O ambiente das gravações não está mais na música, alguém decidiu que eles atrapalham, e o mais irônico é achar este novo som puro. Esterelizaram parte de nossa memória em troca de um mundo mais moderno. Hoje faço meus protestos particulares. Ontem estourei pipoca, na panela.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

poesia muda



No L'oratorio D'Aurélia é assim,
as flores são colocadas em um vaso, de cabeça para baixo,
as roupas são colocadas no varal e logo depois regadas,
a sombra troca de lugar com a pessoa,
a pipa empina Aurelia,
os bonecos assistem o teatro de gente,
a neve que cai sobre seu corpo é feita de renda,
Aurelia se desfaz no tempo em forma de areia,
ou é desmanchada como um novelo de lã,
brinca com a melodia dos despertadores, tenta acordar,
tenta existir, mas a fantasia é maior que ela.
Uma poesia criada por Victoria Chaplin e protagonizada por Aurelia Tierre Chaplin,
filha e neta dele.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

confraria (texto que poderia ser cafona se não fosse verdade)

Um jantar especial. Primeiro chega Alê e Fê com a letra A, 
e já estava lá também escondidinha atrás da porta a Fê com a letra M, 
mais tarde toca a campainha, é o Marcelo chegando com o O, 
e lá pelas 23hs chega Toty com o R.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

álcool e verdade

A frase: isso é coisa de bêbado, no sentido da falta de credibilidade, está com os dias contados, pelo menos pra mim. Explico por que: o processo de ficar bêbado(a) sempre começa com a chave da censura caindo, logo o que vem na cabeça rapidamente é colocado na roda, acho isso ótimo e sincero. Ai vem coragem, emoção (quase sempre incontrolável), concordâncias e discordâncias (não nesta mesma ordem), mas acima de tudo, bêbados sempre tem opinião sobre tudo. Até filmes e novelas precisam de bêbados quando precisam falar grandes verdades. Começo a pensar na frase: isso é coisa de sóbrio quando tenho desconfiança do que está sendo dito. Concluindo, um(a) bêbado(a) é uma pessoa que não tem censura, é sincero, tem coragem, mostra suas emoções e opiniões.
Toca um mambo ae dj!!!!!!