quarta-feira, 30 de julho de 2008

agredir, verbo impessoal que pertence ao passado imperfeito

É verdade que o mundo já usou muito a agressão como forma de conquista. Mas hoje ela não conquista mais nada, teve sua época de ouro. Já cortou cabeças, explodiu bombas, contaminou, poluiu, cortou, montou, remontou, tentou uma nova raça, foi ambiciosa, fez dinheiro, muito dinheiro, iludiu, matou e agora está morrendo. Como estão cansadas as dietas, as capas de revista, os apresentadores do telejornal, os cirurgiões estéticos, os homens bomba, os impositores de crenças, os empresários, os comerciais de tv, de revista, os popups na internet, os juros, os bancos, os filmes de ação que não se mexem nem um pouco para acompanhar um mundo que mudou, que está pedindo mais tolerância, que está até pedindo amor, mas talvez isso seja muito pra nós, tolerância e compaixão já está de bom tamanho. Um pedido de trégua, um pedido de desculpa com nosso corpo, nossa natureza, que nunca nos pediu nada mas agora implora. Acredito que ainda dá pra pedir desculpas.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

existir ok, mas como?

O que aconteceria se todos questionassem seu papel, sua vida e atitudes ao mesmo tempo? O mundo se calaria por um instante, aquele instante que ficamos com nós mesmos, bilhões de pessoas caladas. Imagino este silêncio do olhar pra si sendo quebrado com risadas, choros, gritos, tapas na cara, frases que nunca foram pronunciadas, pelo menos nas bocas certas, perdões sendo expressados, o mais sincero "eu te amo", suspiros de alivio, tapas, mas desta vez aqueles do abraço sincero que fala tudo sem falar nada, de máquinas sendo desligadas, pra sempre, sorrisos que individuais não tem som algum, mas juntos com certeza devem render um lindo acorde. Tudo isso junto tornando um som só, o som da verdade.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

visceral, mas foda-se

Existem três grupos:
Os ignorantes, que formam o exército da Sociedade;
Os conscientes e fracos, que a Sociedade fode sem dó e some com eles;
E os conscientes e corajosos, que podem fazer alguma coisa.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

generosidade

Estou muito sensível ultimamente a pessoas generosas. Mas falo de generosidade genuína, de ser generoso e dar ao mundo sem pedir nada em troca, mas a vida é generosa também e me devolve harmonia e pessoas lindas, até aquelas que conheço a anos. Muitas vezes a generosidade não contempla ação alguma. Na generosidade genuína não cabe máscara, nem intenção, aliás a generosidade genuína não conhece intenção, objetivo, fim. É um tratado de liberdade absoluto. Pode ser pretenção minha falar sobre generosidade, mas consegui enxergar isso quando fui generoso comigo mesmo.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quebrando o gelo



Geralmente me divirto mais em lugares com as minimas chances que isso aconteça. Um exemplo prático:
Convite: Vamos no bar do gelo na Vila Madalena? (mico in)
Eu: Claro que vamos! 
Chegamos no restaurante mineiro as oito e pouco. Não, a história não mudou. O tal bar do gelo fica nos fundos de um restaurante mineiro (pronto já temos dois elementos que juntos já fazem a festa). Na porta, tres pessoas nos recebem. 
Pergunta da pessoa 1: Vocês estão na lista de quem? (nota: lugar vazio, muuuuuuuito vazio)
Eu: Na lista do Bruno Caribé. 
Pessoa 2: Vocês conhecem o funcionamento da casa?
Eu + Gui: Não.
Pessoa 3: são cobrados R$ 30,00 para a entrada no bar de gelo, com direito a um drink. (qualquer coisa que dá direito a um drink aumenta, em muito, as chances de ser divertido)
e mais R$ 12,00 pelo couvert artístico.
Eu: E que tipo de música toca?
Pessoa 1 (de novo): Música popular.
Eu (em pensamento): bar do gelo + restaurante mineiro + musica popular + R$ 42,00 (só de entrada) + drink grátis (geralmente, os drinks grátis sempre são coloridos).
Pessoa 2: Eu levo vocês até a mesa do Bruno.
Mais ou menos 4 passos depois e chegamos na única mesa habitada  do restaurante mineiro. Mineiro mesmo gente, oficina de agosto + moveis rusticos + galinha d'angola de madeira.
No fundo do restaurante uma parede adesivada de cubos de gelo e roupas quentinhas. Parecia Fellini, sério. Os amigos chegaram, e chegou também a Roberta! Uma linda cantora que nos deu certa paz pra falar a verdade. Portanto já temos bar do gelo + restaurante mineiro + musica popular + R$ 42,00 + drink grátis + parede adesivada de cubos de gelo + pessoas se vestindo + amigos loucos + cantora black.
A nega arrasou (claaaaaaaaro!) e bebemos (claaaaaaaaro!) muito (claaaaaaaaro!).
Chegou nossa vez de entrar no bar iglu madaleno. Poe roupa, bota de pelo, luvas...(até que era bonitinha a roupa), entramos, bonito, mas é boteco, não é bar (talvez a única coerência com a vila madalena, um boteco), mas dentro não era adesivo não era gelo mesmo. Enlouquecemos (ja entramos meio loucos), tomamos nossos drinks grátis em copos de gelo (bacana também, até imaginamos uma festa onde todos os copos e pratos são de gelo, no dia seguinte vc acorda e não tem mais nada!). O meu drink vermelho era bom, mas o verde era melhor, até eu experimentar o azul. Dae fizemos coisas normais em um bar de gelo tipo rodar na mesa de gelo como baleiros, enfiamos a cara na pele dos bancos para aquecermos o nariz e dançamos a polka. Ao sair nossa rainha estava lah cantando música para quatro mesas, coisa bem intimista. E nós acompanhando o movimento local e aderindo ao esquema da casa, fizemos coisas normais em um restaurante mineiro com casais apaixonados: arrastamos as mesas, e começamos a dançar com um leque espanhol. Nossa rainha se empolgou até o Like a Prayer da Madonna. Os casais sumiram, acho que derreteram.
EU: quanto dá R$ 700,00 dividido por oito?????
Portanto resumindo: bar do gelo + restaurante mineiro + música popular + R$ 42,00 + drink grátis + parede adesivada de cubos de gelo + pessoas se vestindo + amigos loucos + cantora black + paredes de gelo de verdade + drink azul grátis + drink verde grátis + drink vermelho grátis + like a prayer + leque + R$ 700,00.
Tem como ser chato isso??????


segunda-feira, 7 de julho de 2008

momento mágico

Quem nunca sentiu que estava sendo abraçado por um momento mágico. Ele entra na sua vida e põe sorriso no banal, no cotidiano. Como um tempero que torna o gosto de viver diferente. Imagino que o momento mágico é companheiro fiel da beleza, seu único amor. Ele tem cheiro, tem toque, e as vezes, tem nada, fica calado e presente. Meu limite me faz pensar que o momento mágico tem sorriso. Ele sempre dura o tempo ideal, porque o momento mágico é perfeito, e se é perfeito, a única coisa que sei dele, é que não é humano.