quarta-feira, 22 de julho de 2009

crônicas de um quase personagem - 01

Na festa, ele queria estar ao lado dela, mas ela estava longe, em país estrangeiro ao lado de quem não devia estar, de quem a não merecia, de quem não pode fazer por ela o que só o solitário da festa podia. Ele a compreendia sem falar uma palavra, estes momentos de silêncio que compartilharam juntos se transportaram para esta festa. Não se ouviu mais barulho, música, copos...nada. Dava quase para ouvir suas pulseiras que sempre faziam o mesmo barulho quando mexia seus cabelos e só muito mais tarde ele descobriu que o movimento que achava tão bonito, fazia parte do processo dela de decisão. Decisão esta que não agradou ninguém, nem ela, nem ele e nem o que não a merece. A festa não importava mais, ficou sem sentido. Pessoas trocaram risos que pareciam lingua estrangeira não conhecida para ele. Foi para a varanda renovar o ar carregado de conversa. Ficou lá um tempo, imóvel. Não tinha choro nem lágrimas, apenas aceitação, o que já era uma grande vitória naquela altura do campeonato. Mas encontrou nesta mesma varanda um olhar cúmplice que se mostrou com compaixão e do jeito que ele mais gostava, sem falar uma palavra. Foi embora e levou com ele o encontro e se sentiu abraçado, que era tudo que ele mais precisava naquele momento.

Um comentário:

Paloma de Montserrat disse...

Sinta-se abraado tambem. Amo-te